segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mais um inverno no Recife: sem stress!


Galera – chega aí – vamo combinar! Que essas ruas do Recife quando chove viram uma triste lagoa –esgoto “fossa do Capibaribe” via “canal da Agamenon. Mas esses dias o nosso querido Prefeito João da Costa acompanhado de representantes da EMLURB sinalizou uma obra de contenção até o meio da estação de chuvas. Mais informações no site - http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2011/04/23/obras_de_drenagem_so_devem_ficar_prontas_no_meio_do_inverno_98706.php

Mas, havemos de convir que a Agamenon é só uma da muitas vias do Recife que materializam o caos urbano em que se transformam muitas cidades brasileiras na estação das chuvas. Na última quarta-feira (inútil) a avenida caxangá  ( uma das maiores da América Latina) parou diante de uma piscina que se forma a anos sob o viaduto que cruza a via. Resultado: Trânsito suspenso – ninguém vem e nem vai - ; compromissos cancelados; pessoas ilhadas; flanelinhas e pedintes nadando e empurrando carros na grande piscina (os poucos que se aventuram a passar) – uma verdadeira festa!

Um pouco mais tarde, eu encosto em uma caótica parada de ônibus na Agamenon. O vendedor de um fiteiro diz que mora em uma enconsta altíssima e que subir em tempos de chuva é coisa pra alpinista profissional. Eu respondo que já trabalhei um tempo no IBGE e vi muitos morros problemáticos, e é claro, também vi outros em que o poder público vinha trabalhando. Bem, é verdade que existem pessoas sérias, mas o problema das encostas e das chuvas é uma areia que não é qualquer caminhãozinho que vai fretar. É preciso muito empenho, trabalho de equipe e, sobretudo, vontade política.

É incrível como os brasileiros têm curtíssima memória e não se recordam que no ano passado uma tragédia nacional com bem mais de 500 mortes no Rio de Janeiro abalou e mais do que isso alertou que nossas queridas metrópoles são verdadeiras bombas chiando e crescendo feito formigas no doce.

Gente, vamo acordar! Nada de esperar a morte chegar. Engenheiros, urbanistas, arquitetos, ambientalistas, cidadãos, etc, uni-vos! Precisamos de cidades de verdade, não de campos- minados. 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Inconfidência Mineira! Será que mudou alguma coisa?


Êta feriadão! Quem é que não gosta, hein? Nada de compromissos com o trabalho, nada de acordar cedo, nada de rotina estressante para alguns, muita diversão e descanso para a maioria. Uma das marcas já registradas do brasileiro é que ele adora um feriadão e não abre mão de muitos do nosso calendário. Bem! Mas, vamos ao que não interessa nem um pouco!
Hoje a redação de “Os desbocados” me escalou pra falar aqui sobre algo que poucas pessoas questionam: “Porque feriado de Tiradentes?”

Pois é rapaz! Que os meus colegas historiadores me entendam. Não precisa pesquisar muito pra saber sobre esse assunto marcante de nossa história: A inconfidência mineira. De fato, sabemos que ela ocorreu e foi desmantelada  na então província das minas gerais no finzinho do século XVIII, no mesmo ano da Revolução francesa: 1789. Inclusive, há um certo consenso entre os pesquisadores de que ouve muita influência das idéias iluministas dentro do movimento, no qual também predominou muito elitismo sendo composto de proprietários rurais, clérigos e militares.

O fato é que a coroa portuguesa pra garantir suas metas tributárias resolveu dar uma estrangulada no orçamento dessa elite emergente da minas e convocou uma Derrama pra depenar todo mundo de uma vez só, sem contar o fato de que grande parte dos revoltosos já havia contraído altas dívidas.  Mas, acontece que os nossos inconfidentes já tinham adquirido uma certa consciência de direitos, pelo menos algum direito de posse já que a maquina real estava preocupada apenas com o “venha a nós” e o “vosso reino” nada.
O fato é que a o projeto de república dos inconfidentes ainda era restrito apenas ao território mineiro, ou seja, nada de sentimento nacionalista. O cunho é basicamente liberal; só livre comercio, direito de livre exploração das riquezas naturais, contra o domínio português e a favor domínio dos ricos. Enfim, a discussão aqui não se aprofunda e visa apenas explanar os poucos avanços sociais que o movimento propunha para a época. Sabe-se que o próprio Tiradentes possuía cinco escravos e uma certa condição de vida como alferes, e ele era um dos mais lisos do movimento.

Ainda hoje a inconfidência mineira não deixa de ter sua importância em vários sentidos. Inclusive para nos lembrar que a elite pouca ou nenhuma vez lutou para melhorar as condições de vida da maioria da população.  Os proprietários liberais que participaram da inconfidência não são muito diferentes dos que fundaram uma república paraguaia como a do Brasil (com todo respeito ao Paraguai).
Parece piada a gente encher a boca pra dizer que somos iguais perante a lei. Desde quando? Ah sei! Desde quando temos o foro privilegiado que promovemos com nossa bela democracia uma casta privilegiada: a de deputados. O sistema legislativo mais caro do mundo.  Os coronéis legalizados que têm poder de vida e de morte na prática, mas na teoria é o representante.

Na verdade ele é mesmo representante de você que tem costa quente, que tem aquele peixe forte que vai garantir seu emprego sem você precisar andar na linha, que vai te aliviar a barra se você beber e sair atropelando gente por aí (quando não é ele mesmo quem atropela), que vai comandar aquele esquema de notas frias ou fraude em licitações pra faturar uma comissão por fora, um auxílio-orgia no fim de semana, etc. Olha imagina se eu fosse falar tudo que é esquema seboso que essa gente está metida. Acredito que eu não ia ter a mesma sorte daquele blogueiro carioca que sofreu um atentado em copacabana.

Pessoas, temos que entrar em alerta! enquanto não encararmos essa realidade perversa de frente vamos ver nosso trabalho suado e nossos anos de dedicação irem param nas contas dessa galera no exterior ou alimentando uma corja de vagabundos que se acha cumpade, afilhado ou protegido.

E o que isso tem a ver com Tiradentes? Agora não sei mais não. Perdi o fio do raciocínio porque esse país me deixa muito perturbado!


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ensino privado (parte I): O pesadelo das escolas-sacolão


Pois bem, vamos então inaugurar o nosso espaço! Qual deve ser o primeiro alvo da nossa revolta? A redação de “Os desbocados” realizou um incansável trabalho de seleção entre inumeráveis e abomináveis exemplos de canalhices estarrecedoras em espaços tão importantes e tão desconsiderados por essa torpe mentalidade brasileira de colonizado. Aqui vai um dedo bem grande na cara do sistema educacional privado da cidade do Recife.
A era do desenvolvimentismo a qualquer custo vem causando prejuízos irreversíveis na educação brasileira. No Recife os professores estamos enfrentando o problema das escolas “sacolão”. Elas são efeito da quebradeira geral do elitismo educacional brasileiro e da mercantilização do ensino privado.


Nelas os infames diretores (de mentirinha) dizem: “Mamãe, eu quero só lucrar. Vou vender parte do meu pífio espaço físico pra uma faculdade (dessas de curso a distância). Nas poucas que restarem eu vou empilhar crianças e adolescentes de classe média baixa. Sim, porque esse povo não pode pagar tanto por educação (só por carro do ano e TV’s de plasma)”. Assim, as salas de aula viram verdadeiras jaulas, os professores não precisam garantir o aprendizado. Basta que eles berrem, ameacem e façam cara feia para a turba em polvorosa.


Os exploradores do mercado educacional dizem ao professor: (Eles não dizem, eles mandam alguém dizer) “Aqui nós damos todas as condições pra você trabalhar, mas você tem que garantir a disciplina em sala de aula”. Mentira deslavada. Toda a autoridade do professor é jogada na lama. O relacionamento professor-aluno é substituído por empregado-cliente. Muitas turmas têm mais de 60 alunos em espaços de menos de 50 m². Um absurdo! Espaço para o professor? Um birô, um carteira? Pra quê, se nem dá tempo ensinar, que dirá anotar? Anotar onde, se nem há diário de classe? Bem-aventurada a sala onde o professor consegue caminhar entre os alunos! Como esperar uma relação saudável de um lugar feito para criar doentes?


A mentira ultrapassa em muito as condições da sala de aula. Não há materiais didáticos, mapas, jornais. As revistas são banidas do colégio. “O que interessa esse bando de professores-lamúria lerem revista escola? A teoria não serve pra nada, na prática tem que ser tradicional”. Nas escolas não têm mais bibliotecas, não há salas-de-professores. Não há respeito mínimo à dignidade. A nossa inteligência é afrontada nessas escolas-sacolão onde inspetores (alguns imitadores de polícia) circulam pelos corredores e invadem as salas pra ameaçar, punir e suspender alunos e tumultuar ainda mais alguma tentativa mínima de aprendizagem.


Resumindo, aprendizagem é tudo que essas escolas-pesadelo não garantem. Elas garantes professores desmotivados e doentes. Alunos mal-educados e grosseiros. Ausência de diálogo dos professores com os pais (que pouco se importam com a educação dos filhos). Um ambiente estressante e tumultuado onde predomina o descontrole e as ofensas pessoais.


Caros leitores. Não vamos subestimar vossas inteligências. Sabemos que o que eu falei é apenas uma pequena parte dos problemas, a parte mais didática do assunto. Mas caso você que se preocupa com educação nesse país e mais precisamente nas cidades brasileiras, dê sua opinião. Se você conhece alguma escola-sacolão divulgue a sua indignação!! Não vamos ser coniventes com esses crimes contra a pessoa humana.


Seu dono de escola fanfarrão! vá empresariar em outro ramo, seu cretino!!